segunda-feira, 19 de março de 2012

Resenha Crítica por: GISLAINE FERREIRA RAMOS


RESENHA CRÍTICA

Programa de Formação continuada de professores
Aprender: Prática Reconstrutiva
Pós-Graduando: GISLAINE FERREIRA RAMOS
Curso de Pós Graduação Lato Sensu
Campo Grande – MS
2012

Resenha Crítica apresentada como avaliação para a aquisição de nota parcial da disciplina Aprender: Prática Reconstrutiva, pelo curso Pós-Graduação em Educação Infantil e suas Linguagens, ministrado pelo Cefor.

LOPES, Amanda Cristina Teagno. Educação Infantil e registro de práticas. São Paulo: Cortez, 2009.  O livro tem como foco principal o registro de práticas no contexto da Educação Infantil e a contribuição deste no processo de formação e desenvolvimento profissional do professor.
No primeiro capítulo Lopes recorre a diversos autores, entre eles, Freire (1983; 1996), Waschauer (1993; 2001) e Zabalza (1994; 2004), para conceituar o que vem a ser registro enfatizando que o registro não se delimita apenas ao ato de escrever, mas que considera também outros tipos de linguagens. No segundo capítulo a autora busca na história, mais precisamente na história da educação Infantil de São Paulo, o registro de práticas produzidos por professores e a importância desse na construção da história, autoria e da profissionalidade. No terceiro capítulo a autora recorre aos seus registros, enfatizando o papel desses na “formação, no desenvolvimento profissional e na melhoria da qualidade na ação docente”. (p. 113). No último capítulo a autora nos apresenta as considerações finais, apontando o registro como componente indispensável no processo educacional.
Como já vimos o registro é tema central da obra, pois a autora o considera elemento importante no fazer pedagógico do professor, pois é através dele que esse profissional adquiri status de autor além de que, o registro proporciona “a compreensão da realidade e, com isso, sua transformação”. (p. 32), ou seja, no momento que o professor recorre ao registro, à memória, ele consegue ver a realidade de outro jeito e, assim, modificá-la.
Registrar, como Lopes mesmo afirma, não é uma tarefa fácil, pois requer reflexão, planejamento e avaliação. Quando registramos colocamos nossas concepções de educação e de criança, deixarmos traços de nossa identidade, pensamentos e até sentimentos, pois o ato de registrar não é algo neutro, que envolve só o cognitivo, mas também o emocional e o afetivo.
O ato de registrar não se limita apenas ao adulto, ao professor, mas também se aplica às crianças, que mesmo as muito pequenas, também são produtoras de registro. Registro que não se restringe apenas ao ato de escrever convencionalmente, mas que leva em consideração as diversas linguagens existentes, que no caso das crianças, o desenho tem posição de destaque.
Lopes recorre à história da educação e enfatiza que, mesmos sendo escassos os registros existentes, esses estiveram presentes no cotidiano dos professores, pois quando os resgatamos percebemos as mudanças ocorridas, principalmente no contexto da educação infantil e na construção da identidade do professor.
Entre os tipos de registro podemos citar os bilhetes, imagens, escritos, planos, portfólios, entre outros que vão se acumulando ao longo da história e que fazem parte da memória do professor.
A autora recorre aos seus próprios registros, produzidos em contextos diversos, enfatizando que através deles “podemos reviver situações, acontecimentos, falas e gestos trazidos à lembrança por meio do registro, momentos selecionados entre outros e interpretados à luz do presente”. (p. 115). É na retomada do registro que percebemos a teoria que embasa a prática do professor, sua concepção de mundo, criança e educação, além de que, o mesmo tem a “oportunidade de refletir sobre seus educandos, suas características, suas necessidades em relação a objetivos e intenções perseguidas, o que possibilita melhor organização de sua atuação e, com isso, a aprendizagem”. (p. 119). No retorno ao registro, o educador reflete sobre sua ação e torna a agir diferente, com possíveis mudanças e intervenções (ação-reflexão-ação).
Tendo lido a obra, concluímos que no ato de registrar estão implícitos os conceitos e teorias que embasam a prática do professor, seu modo de agir e conceber a educação.
Registrar exige entre outras coisas planejamento e disciplina, selecionando o que registrar e pontuando elementos significativos do contexto. Deve ser considerado componente importante, não só pelo professor, mas pela instituição de ensino, que deve promover a troca de experiências entre esses profissionais. 
É na retomada da memória e do registro que o professor tem a oportunidade de refazer sua prática, resgatar saberes, interpretar de uma maneira nova e intervir para transformar, promovendo assim, a aprendizagem significativa de seus alunos.

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