RESENHA CRÍTICA
Programa de Formação
continuada de professores
Aprender: Prática
Reconstrutiva
Pós-Graduando: GISLAINE
FERREIRA RAMOS
Curso de Pós Graduação
Lato Sensu
Campo Grande – MS
2012
Resenha Crítica
apresentada como avaliação para a aquisição de nota parcial da disciplina
Aprender: Prática Reconstrutiva, pelo curso Pós-Graduação em Educação Infantil
e suas Linguagens, ministrado pelo Cefor.
LOPES, Amanda Cristina Teagno. Educação
Infantil e registro de práticas. São Paulo: Cortez, 2009. O livro tem como foco principal o registro de
práticas no contexto da Educação Infantil e a contribuição deste no processo de
formação e desenvolvimento profissional do professor.
No primeiro capítulo Lopes recorre a diversos
autores, entre eles, Freire (1983; 1996), Waschauer (1993; 2001) e Zabalza
(1994; 2004), para conceituar o que vem a ser registro enfatizando que o
registro não se delimita apenas ao ato de escrever, mas que considera também outros
tipos de linguagens. No segundo capítulo a autora busca na história, mais
precisamente na história da educação Infantil de São Paulo, o registro de
práticas produzidos por professores e a importância desse na construção da história,
autoria e da profissionalidade. No terceiro capítulo a autora recorre aos seus registros,
enfatizando o papel desses na “formação, no desenvolvimento profissional e na
melhoria da qualidade na ação docente”. (p. 113). No último capítulo a autora
nos apresenta as considerações finais, apontando o registro como componente
indispensável no processo educacional.
Como já vimos o registro é tema central da
obra, pois a autora o considera elemento importante no fazer pedagógico do
professor, pois é através dele que esse profissional adquiri status de autor
além de que, o registro proporciona “a compreensão da realidade e, com isso,
sua transformação”. (p. 32), ou seja, no momento que o professor recorre ao
registro, à memória, ele consegue ver a realidade de outro jeito e, assim,
modificá-la.
Registrar, como Lopes mesmo afirma, não é uma
tarefa fácil, pois requer reflexão, planejamento e avaliação. Quando
registramos colocamos nossas concepções de educação e de criança, deixarmos traços
de nossa identidade, pensamentos e até sentimentos, pois o ato de registrar não
é algo neutro, que envolve só o cognitivo,
mas também o emocional e o afetivo.
O ato de registrar não se limita apenas ao
adulto, ao professor, mas também se aplica às crianças, que mesmo as muito pequenas,
também são produtoras de registro. Registro que não se restringe apenas ao ato
de escrever convencionalmente, mas que leva em consideração as diversas
linguagens existentes, que no caso das crianças, o desenho tem posição de
destaque.
Lopes recorre à história da educação e
enfatiza que, mesmos sendo escassos os registros existentes, esses estiveram
presentes no cotidiano dos professores, pois quando os resgatamos percebemos as
mudanças ocorridas, principalmente no contexto da educação infantil e na construção
da identidade do professor.
Entre os tipos de registro podemos citar os
bilhetes, imagens, escritos, planos, portfólios, entre outros que vão se
acumulando ao longo da história e que fazem parte da memória do professor.
A autora recorre aos seus próprios registros,
produzidos em contextos diversos, enfatizando que através deles “podemos
reviver situações, acontecimentos, falas e gestos trazidos à lembrança por meio
do registro, momentos selecionados entre outros e interpretados à luz do
presente”. (p. 115). É na retomada do registro que percebemos a teoria que
embasa a prática do professor, sua concepção de mundo, criança e educação, além
de que, o mesmo tem a “oportunidade de refletir sobre seus educandos, suas
características, suas necessidades em relação a objetivos e intenções
perseguidas, o que possibilita melhor organização de sua atuação e, com isso, a
aprendizagem”. (p. 119). No retorno ao registro, o educador reflete sobre sua
ação e torna a agir diferente, com possíveis mudanças e intervenções
(ação-reflexão-ação).
Tendo lido a obra, concluímos que no ato de
registrar estão implícitos os conceitos e teorias que embasam a prática do
professor, seu modo de agir e conceber a educação.
Registrar exige entre outras coisas
planejamento e disciplina, selecionando o que registrar e pontuando elementos
significativos do contexto. Deve ser considerado componente importante, não só
pelo professor, mas pela instituição de ensino, que deve promover a troca de
experiências entre esses profissionais.
É na retomada da memória e do registro que o
professor tem a oportunidade de refazer sua prática, resgatar saberes,
interpretar de uma maneira nova e intervir para transformar, promovendo assim,
a aprendizagem significativa de seus alunos.
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